La missione di Bigene: 58 villaggi su 300 km quadrati

La missione di Bigene: 58 villaggi su 300 km quadrati
Il territorio della missione di Bigene: 58 villaggi su 300 km quadrati, a nord della Guinea-Bissau e confinante con il Senegal.

8 novembre 2012

Camminare con la Chiesa 13: Lettera Pastorale della Diocesi di Bissau, anno pastorale 2012/13

Ano pastoral 2012/2013

CARTA PASTORAL

REAVIVAR E TESTEMUNHAR A NOSSA FÉ

Às comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa vontade,
A importância do Ano da Fé, proclamado pelo Santo Padre, leva-me a dirigir-vos uma Carta pastoral que visa, em primeiro lugar, contribuir para um forte empenho de todos na renovação da fé e da vida cristã e, em segundo lugar, reforçar o papel que nos cabe desempenhar como homens e mulheres de fé na sociedade de que fazemos parte.
O Ano da Fé , como afirma o Santo Padre, «quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado no mundo de hoje, capazes de indicar a "porta da fé" a tantas pessoas que estão em busca».
Para título das reflexões, que no início deste Ano da Fé levo até vós, escolhi este lema: “ Reavivar e testemunhar a nossa fé”.
Dado o momento histórico que estamos atravessando no nosso país, o caminho que temos a percorrer juntos apresenta-se cheio de dificuldades e desafios. Todavia, a determinação de os enfrentar incita-nos a renovar e a testemunhar a nossa fé.
Com a fé, animada pela esperança e caridade cristãs, vem o que chamamos espírito de fé. É a visão sobrenatural, profunda, serena e consoladora das realidades quotidianas à luz de Deus que é bom e providente; é a apreciação de tudo e de todos segundo os critérios evangélicos, de que são admirável síntese as bem-aventuranças; é a aceitação alegre dos trabalhos de cada dia e de cada hora como expressão concreta da vontade santificadora de Deus; é a imitação de Cristo e daqueles que a Igreja nos aponta como exemplos mais perfeitos e acessíveis dessa mesma imitação: a Santíssima Virgem e os Santos. Nesta linha, quão fecundo pode ser o Ano da Fé!
Que podemos esperar do Ano da Fé? Antes de mais, uma consciência mais clara no povo cristão de que esta virtude teologal é o primeiro radical dom de Deus ao homem na ordem da graça. Se a caridade revela e realiza o cristão, se a esperança o orienta e anima na vida, é a fé que o define como tal. Como dom, a fé deve pedir-se a Deus e deve também agradecer-se, cultivar-se e renovar-se. Se a fé não é alimentada, atrofia-se e pode morrer. O alimento da fé é a Palavra de Deus que se lê na Sagrada Escritura e se escuta nas leituras e proclamações bíblicas, que é pregada nas homilias e sermões, que é explicada nas catequeses, nos cursos e nas pequenas comunidades. Cresce a fé com o desenvolvimento da vida cristã, com a oração, a prática das virtudes e a frequência dos sacramentos.

I. REDESCOBRIR A FÉ CRISTÃ

Diante da profunda crise de fé, diante de uma perda do sentido religioso que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje, a redescoberta da fé deve ser a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. «Desejo que o Ano da fé possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus novamente presente neste mundo e para abrir os homens ao acesso da fé, ao confiar-se àquele Deus que nos amou até ao fim (Jo 13,1), em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado» (Bento XVI, no lançamento do Ano da Fé – Porta Fidei).
Por isso, neste Ano da Fé convocado pelo Papa Bento XVI, um empenho particular de toda a Igreja será dedicado a reavivar e a aprofundar o conhecimento da doutrina católica, através da releitura e assimilação dos principais documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica.

1.1 O que é a fé?

A fé é o elemento central no cristianismo. O que é ter fé num mundo que não pergunta mais sobre a verdade das coisas, mas pergunta sobre a utilidade das coisas? Este mundo sem Deus quer viver dos factos concretos, visíveis, da competência e da eficiência pessoal... eu resolvo, eu decido....
A pessoa de fé, no entanto, confia naquilo que não é feito por ela, que não é visível, confia naquilo que é dado por um Outro. A fé dá um sentido profundo à existência e este sentido não pode ser construído ou comprado pelo homem, mas é recebido (dom). Na fé eu recebo o que não pensei e, por isso, tenho a necessidade de ouvir, ouvir o que Deus revela, ouvir a Palavra de Deus. «Escuta, Israel, o Senhor é o teu Deus, Ele é o único Deus» (Ex 6,4).
Na Bíblia, desde o Génesis que nos apresenta Abraão como exemplo paradigmático do homem de fé, até às passagens do Evangelho que levam Jesus a exclamar: «Foi a tua fé que te salvou»; «Nem em Israel vi tamanha fé»; «Homens de pouca fé»; «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis àquela montanha que se movesse e ela obedecer-vos-ia…», tudo concorre para se ficar convencido da importância primordial da fé para alcançar a salvação e a vida eterna.
Ao longo da vida pública de Jesus, descrita nos quatro Evangelhos, a fé aparece como expressão da confiança em Deus, como adesão à Palavra de Deus, aos mistérios divinos, aos desígnios de misericórdia de Deus; como atitude básica de quem procura a salvação de Deus. Assim, na Bíblia, a fé é uma realidade mais rica e complexa do que a fé como virtude teologal, que a teologia clássica define como a adesão da mente, movida pelo impulso da graça, às verdades reveladas.
O Concílio Vaticano II foi bem claro, em vários dos seus documentos principais, ao dizer que a primeira missão da Igreja, e até mesmo a sua vocação, é levar a mensagem da salvação que faz despertar, amadurecer e elevar a graus sublimes da fé a todo o homem de boa vontade.
A fé é iniciativa de Deus. É Ele quem, primeiramente, nos ama e nos busca. Nós O encontramos definitivamente na sua Palavra. A fé é, portanto, um dom de Deus que nos é dado como proposta na sua Palavra. A fé acontece quando (e apenas quando) respondo à proposta de Deus. A fé tem dois aspectos interligados: a confiança pessoal em Deus e a aceitação (obediência) ao que Ele revela. «A fé é a atitude de quem está plantado no chão sólido da Palavra de Deus» (Bento XVI, 2005).
A Palavra de Deus tomou forma humana, fez-se carne em Jesus. Nele Deus se manifestou humanamente. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou aos nossos pais. Nestes últimos dias, diz a carta aos Hebreus (1,1-3a), falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas (e pelo qual também criou o universo. Ele é o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser). Por isto nós cremos num Outro, num Tu, numa pessoa. O centro da nossa fé é Jesus, autor e consumador da fé (cfr. Hb 12,2). A fé cristã distingue-se da opinião, da crença, da ideologia e também da religião. Ela tem a ver com a Verdade e o Amor. O essencial na fé consiste na resposta confiante e no abandono a Deus que veio até nós em Jesus Cristo. Creio em Deus que se manifesta em Jesus Cristo. A fé consiste em seguir o que Jesus revela e em entregar-se livre e totalmente a Deus, oferecendo-se a Ele que se revela, com a submissão plena da inteligência e da vontade, dando voluntariamente assentimento à revelação que Deus nos fez (cfr. Dei Verbum, 5).
A fé cristã é uma atitude pessoal e livre, uma entrega amorosa e confiante a Deus, a partir da revelação que é transmitida viva e humanamente por Jesus Cristo, Deus presente. «Este é o meu Filho amado. Escutai-O» (Mc 9,7).

1.2 Os conteúdos da nossa fé

Pela fé, começamos a ver com os olhos de Deus o próprio Deus e tudo quanto saiu das suas mãos. Só ela pode dar-nos o verdadeiro sentido do mundo e da vida, pois só ela nos abre à ordem sobrenatural, a única que realmente conta. Pela fé conhecemos em Cristo o Verbo de Deus e Deus verdadeiro traduzido em linguagem humana, a revelar-nos o Pai, e pelo Pai enviado a salvar-nos. E em Cristo encontramos a explicação única das grandes realidades que nos podem interessar e tantas vezes nos preocupam: a nossa origem e destino, as nossas contradições internas e as do mundo; o mal e o bem, o pecado e a virtude, ânsia de felicidade e o sofrimento, o desejo de viver e a morte… sem fé, tudo isto é incompreensível, tudo isto se torna absurdo.
A fé, adesão a Cristo, abre-nos para todos os mistérios cristãos, para aquelas virtudes que maravilham, confortam e dinamizam os santos, verdades resumidas no «Credo» que proclamamos nas assembleias dominicais. É o mistério da vida íntima de um Deus uno no inefável convívio de três Pessoas; é a criação do universo e do homem, saída por amor das mãos de Deus; é o pecado e a redenção pela morte e ressurreição de Cristo; é toda a «História da Salvação» com os longos antecedentes da Aliança Antiga, com a passagem pela terra e pelo Calvário do Redentor, com a sua presença continuada na Igreja que o Espírito Santo anima na sua obra até ao fim do mundo; e toda a vida cristã com as realidades deste tempo e da eternidade. Aprofundar estas verdades, vivê-las, proclamá-las, eis o inesgotável filão a explorar ao longo do Ano da Fé.

II. RENOVAR E TESTEMUNHAR A NOSSA FÉ

Ser cristão não é apenas ter um nome adquirido no dia do baptismo ou participar em cerimónias ou ritos que se têm de cumprir. Infelizmente muitos cristãos ficam-se por aqui, não se preocupando em transformar as suas vidas de modo a serem em Cristo homens novos na sua maneira de pensar e agir, assumindo na sua vida um comportamento digno do baptismo que receberam. A fé cristã, para ser autêntica, tem de ser posta em prática e manifestar-se, de uma forma coerente e responsável, em todos os momentos e situações. A fé cristã tem de ser vivida na Igreja, em casa, na família, na escola, no trabalho, na economia, no comércio, na política, nas diversões, na vida social, em tudo quanto dizemos e fazemos ao longo de todas as horas, dias e anos.
Se pela fé aderimos a Jesus Cristo como Salvador, temos necessariamente de aceitar viver o conjunto da sua mensagem e doutrina, observando todas as exigências de uma vida nova em Cristo. Isto implica a escuta, a vivência e a proclamação da Palavra de Deus, a participação habitual na vida sacramental, o assumir a caridade como norma do nosso comportamento. Estes três aspectos estão de tal maneira unidos que, sem o cumprimento de um deles, a vida cristã fica falseada e incompleta.

2.1. Aprofundar a fé

A fé sustenta-se pela Palavra de Deus. Precisamos dela mais do que o pão ou o arroz para o corpo. Como podemos nós enfrentar os problemas e as interrogações que a vida nos põe sem o apoio esclarecedor da Palavra de Deus? Ela é vida, força e amparo. Veneremos o Livro Santo. Descubramos nele os caminhos que Deus, Nosso Pai, nos aponta para alcançarmos, em Jesus Cristo, o bem e a felicidade. É necessário que a leitura, a meditação e o estudo da Sagrada Escritura se tornem uma prática habitual nas nossas vidas. Com pesar, forçoso nos é reconhecer quão distantes estamos desta necessidade!
Pela catequese as crianças, os jovens e os adultos são iniciados no conhecimento de Jesus Cristo e da sua mensagem de salvação. Da descoberta que pouco a pouco vão fazendo de Deus, nasce neles a fé e o desejo ardente de seguir o caminho cristão, no seio da Igreja. A catequese é obra de toda a comunidade cristã e por todos deve ser acarinhada. Sobre os párocos e os catequistas, porém, recai uma responsabilidade acrescida que devem estimar e valorizar. Lembrem-se que a catequese é um ministério que não se exerce com improvisações e desleixo, mas com cuidada preparação e regular presença junto dos catequizandos, acompanhadas pelo testemunho de fé e de vida.
A fé, sendo um dom de Deus e uma resposta que nasce do coração do homem, é também, por sua vez, alimentada e fortificada pelo esforço que cada um faz em aprofundar e melhor conhecer os seus conteúdos. Muitos cristãos contentam-se apenas com o que aprenderam na catequese como preparação para o baptismo. É alguma coisa mas, é preciso muito mais. A fé, como a vida de cada um, não pode deter-se na sua fase inicial. Ela tem de crescer e de se tornar adulta.
A formação permanente dos cristãos é fundamental e imprescindível para a vivência do cristianismo e para a nossa capacidade de testemunho e intervenção na sociedade. Sempre assim foi no passado, mas torna-se ainda mais necessário nos dias de hoje, dada a multiplicidade de situações com que somos confrontados e as perguntas que o mundo moderno nos coloca. Felizmente, no nosso país, a escolaridade vai aumentando e já são bastantes os que têm acesso a cursos qualificados e ao ensino superior. Muitos desses novos quadros são cristãos, mas infelizmente a sua formação religiosa mantém-se a um nível muito rudimentar. Há, pois, que fazer um esforço muito grande para que a situação se altere. A formação dos leigos constitui uma prioridade pastoral na Diocese.
A Igreja reconhece e aprecia as tradições culturais de todos os povos. É dentro delas que o cristianismo tem de ser vivido. Assim deve ser na Guiné-Bissau. No esforço de renovação cristã temos de prestar cuidada atenção a este aspecto fundamental da nossa identidade cristã dentro da Igreja. Seremos tanto melhores cristãos quanto melhor encarnarmos Jesus Cristo e a sua mensagem libertadora na nossa cultura.
O esforço de encarnação ou de inculturação exige, para além da valorização dos muitos aspectos culturais positivos, o discernimento para corrigir ou excluir os aspectos que não se conformam com as verdades da nossa fé, acima expostas (cfr. Africae Munus, 92). Cristo veio criar um homem novo. Esta novidade implica, entre muitas coisas, o abandono de crenças e práticas que contrariam a força, o poder e o domínio de Deus sobre todas as coisas. Alguns cristãos, por exemplo, manifestam dificuldades em se desfazerem da crença nos irãs e nas cerimónias que lhes são associadas, levando uma vida dupla: umas vezes são cristãos, outras vezes são pagãos (cfr. Africae Munus, 93). Não deve ser assim. Para desfrutarmos do gozo e da alegria plena da vida nova em Cristo, temos de pôr Nele a nossa inteira confiança, reconhecer o seu poder soberano e entregar-nos à sua acção protectora. A fé, se for vivida com profundidade e autenticidade, é fonte de bem-estar interior e de serena atitude perante as dificuldades da vida, sem medos nem pavores.

2.2.Viver os sacramentos e rezar

A fé conduz-nos aos sacramentos, e particularmente à eucaristia. Damos graças a Deus pelo empenho posto pelas comunidades na celebração dos sacramentos. Todavia, é necessário redobrar esforço pastoral para que os cristãos não se fiquem apenas pelos aspectos exteriores dos ritos, mas entendam o que eles significam. A liturgia celebra os mistérios da nossa salvação e envolve, em Cristo, a totalidade das nossas vidas. A liturgia é louvor, acção de graças, agradecimento, comunhão. A liturgia é festa. E a festa, para acontecer, requer que o quotidiano das nossas vidas decorra no amor, na solidariedade e no serviço aos irmãos. A liturgia é também compromisso a agirmos santamente e a sermos bons aos olhos de Deus e dos homens.
Na tradição cristã a participação na missa aos domingos e dias santos tornou-se uma obrigação para todos os fiéis. Constatamos que, com a maior das facilidades e sob qualquer pretexto, os cristãos não cumprem este dever. Ou porque há “choro”, ou porque estão de viagem, ou porque têm hóspedes em casa, ou porque têm um trabalho a fazer. A lista de razões é muito extensa. A participação na missa parece estar reservada para quando se está de folga ou não há outra coisa a fazer. Não deve ser assim. A missa é um sacramento essencial e imprescindível na vida de todo o cristão. Mais do que uma obrigação ela é uma necessidade, um mistério sem o qual não podemos passar. A missa é o coração da vida cristã. Só em caso de força maior e quando nos for de todo impossível nos podemos sentir dispensados de nela participar. O domingo é um dia santificado. É o dia do Senhor.
Um outro sacramento que deve merecer a nossa atenção neste Ano da Fé é o da penitência, também chamado da confissão ou da reconciliação. Na nossa vida estamos sujeitos à tentação e, por isso, uma que outra vez caímos no pecado que nos afasta de Deus e dos irmãos. Este afastamento leva-nos a que não possamos, por exemplo, comungar, se estivermos numa situação de pecado grave. Muitos cristãos não se dão conta disso e aproximam-se da comunhão quando não estão em condições de o fazer. É necessário reparar este erro. Para readquirirmos a amizade perdida com a ofensa provocada pelo pecado temos de nos arrepender e implorar de Deus o perdão, recorrendo ao sacramento da penitência. Devemos recorrer ao sacramento da penitência quando nos encontramos na necessidade de o fazer e não esperar pelas celebrações comunitárias da penitência.
Uma das exigências da fé cristã não assumida por muitos baptizados diz respeito ao casamento. Por falta de meios económicos, por falta de coragem, por medo ou por outras razões, iniciam e mantêm uma vida matrimonial fora do casamento cristão. O compromisso cristão é exigente mas é libertador. Neste Ano da Fé exorto vivamente os casais que se encontram nesta situação e que se mantêm monogâmicos (isto é, um só homem e uma só mulher), a que regularizem a sua situação diante de Deus e da Igreja. O sacramento do matrimónio é fonte de bênçãos para o casal e para os filhos. Aos jovens, em particular, lanço um veemente apelo a que conformem a sua opção matrimonial pela Lei de Deus. Que tenham coragem de assumir a totalidade do caminho cristão para felicidade própria e benefício da família que fundam.
A fé é adoração, oração, contemplação do Deus que nos criou e se manifesta como nosso Pai. A oração é uma dimensão fundamental da vida cristã. Temos necessidade de rezar, de encher a nossa vida da presença de Deus, de fazer da nossa oração um momento privilegiado de diálogo e intimidade com Deus. Saibamos recolher-nos no silêncio dos nossos corações para falar com Deus e, sobretudo, para ouvir o que Deus tem para nos dizer. Valorizemos a oração individual e comunitária, a qual, pela sua própria natureza, fomenta a comunhão com Deus e os irmãos, revigora as nossas forças e impele-nos à compreensão, ao perdão e ao amor para com todos. Rezemos no interior das nossas casas. Rezemos no interior das famílias. Façamos da nossa vida uma contínua oração.

2.3 Fortificar o amor

Deus é amor, como diz S. João (1Jo 4,9) e tudo o que por nós faz é fruto desse amor. Também nós somos chamados a amar no seguimento de Jesus Cristo que nos amou até ao extremo de dar a sua vida por nós. O amor a Deus passa e concretiza-se no amor manifestado para com os irmãos. Esta é a lei suprema do cristão.
A caridade, podemos dizê-lo, é o termómetro com que se mede a fé duma comunidade cristã e a fé de cada um dos seus membros. Aos olhos do mundo, ela é a nossa carta de identificação. O amor é acolhimento, disponibilidade, solidariedade, serviço. Serviço à comunidade cristã e à humana em geral. O serviço cristão é testemunho, compromisso, intervenção.
Na comunidade cristã todos são chamados a servir de forma a se tornarem corresponsáveis da vida e das tarefas ou ministérios da mesma comunidade. Uma comunidade só o é de facto se todos os seus membros se mantiverem unidos e actuarem como um corpo, no qual cada um dos seus membros tem uma função a desempenhar. Na Igreja todo o serviço é um acto de amor. Mas para que esse acto de amor produza os frutos desejados é necessária a entrega do coração e, em alguns casos, uma preparação adequada. Cuidemos desta preparação para valorizar as capacidades e o trabalho dos irmãos na catequese, na liturgia, na pastoral sóciocaritativa e em todos os outros serviços necessários para o normal funcionamento das comunidades.
O serviço cristão não se limita às próprias comunidades. Ele estende-se a todos os homens sem discriminações de qualquer espécie. Todavia, a exemplo de Cristo, são os pobres, os mais necessitados e pequeninos os que devem merecer maior atenção, dedicação e carinho. Embora as comunidades não tenham descurado esta preocupação, é nosso dever incrementá-la sempre mais. A “Caritas”, que neste momento se procura implementar e estruturar devidamente nas nossas paróquias, constitui um valioso meio institucional para o desempenho do serviço sóciocaritativo.

2.4 Ser fermento na sociedade

A fé em Deus e no que Ele nos revela, numa entrega cada vez mais intensa ao seu amor, é também motor de crescimento da sociedade. Quando se retira Deus da vida pessoal e social, é fácil cair no desumanismo; a ausência de Deus, fundamento para a convivência pacífica entre os seres humanos, é consequência da ausência de um mundo mais humano, fraterno, respeitoso, solidário; o mundo que todos desejamos e com o qual sonhamos.
Os cristãos são membros da sociedade. A vida nova a que são chamados a viver em Cristo não os afasta da comunidade humana, antes os impulsiona à solidariedade e à participação activa nas preocupações e esforços que visam a construção de um mundo novo, mais justo e mais fraterno.
Por razões da fé que professam e proclamam, os cristãos devem demonstrar com coerência a validade das suas convicções no quotidiano da sua vida, em todas as áreas da actividade humana, nomeadamente económica e política.
A reconciliação, justiça e paz constituem anseios e conquistas permanentes de todos os povos. Na nossa terra, o espírito de diálogo, de paz e de reconciliação ainda está longe de habitar os nossos corações. Os conflitos ainda dominam as nossas relações. Por isso os cristãos devem trabalhar para que a nossa terra se torne para todos um lugar autêntico de reconciliação e de perdão, que Cristo trouxe não somente à Igreja, mas à humanidade inteira.
Além disso, os cristãos devem também dar testemunho da sua fé através da promoção da justiça e da paz «Bem-aventurados os construtores da paz porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5,9-10). Os cristãos têm o direito e o dever de participar na edificação duma sociedade justa, reconciliada e pacífica.
Para vencermos muitos dos desafios que a nossa sociedade nos apresenta hoje, devemos reforçar o nosso testemunho cristão, mandato confiado por Jesus aos apóstolos e a todos os cristãos: «Sereis minhas testemunhas até às extremidades da terra» (Act 1,8), «Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo» (Mt 5,14-16). O mundo de hoje precisa mais de testemunhas do que de mestres, dizia o Papa Paulo VI! E no limiar do terceiro milénio o agora Beato João Paulo II nos lembrava vigorosamente que o desafio dos desafios reside no testemunho da santidade. Quanto mais os cristãos reflectirem os valores evangélicos, tanto mais estarão à altura de construir o Reino de Deus inaugurado por Cristo.
Reflectir a santidade de Deus e ser fermento do mundo novo. Os cristãos devem, antes de tudo, deixar-se evangelizar e converter-se totalmente ao Senhor, conhecer e amar cada vez mais Jesus e configurar-se a Ele. É nesta condição que eles poderão contribuir para a conversão transfiguradora da nossa sociedade, levando-a a abrir-se ao plano salvífico de Deus.
A renovação do coração do homem no mais íntimo de si mesmo é a condição para renovar as relações dos homens com Deus, dos homens entre si e dos homens com a criação inteira. É esta renovação da nossa fé em Cristo que permitirá a construção do Reino de Deus para a transformação da nossa sociedade, em busca de reconciliação, de justiça, de paz e de bem-estar.

III. PROGRAMAÇÃO DO ANO DA FÉ

Para concretizar os objectivos do Ano da Fé, além das indicações da Nota da Congregação para Doutrina da Fé, o Secretariado Diocesano de Pastoral, acordou na sua reunião de 27-28 de Junho de 2012, no seguinte programa, que não exclui, antes deve suscitar outras iniciativas no âmbito da Diocese, paróquias e outras instituições:
13 de Outubro de 2012- Abertura do Ano da Fé com Santa Missa, às 10h00, na Sé Catedral, sob a presidência do Bispo da Diocese e com a participação do presbitério, seminaristas, religiosos e religiosas, laicado responsável e fiéis em geral, com a proclamação solene do «Credo».
16-17 de Outubro de 2012- Formação permanente com Reflexão sobre os documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica.
08 de Dezembro de 2012- Peregrinação Nacional ao Santuário Mariano de Cacheu, sob o lema: “Maria, djudanu kirsi na fé”.
10-14 de Dezembro de 2012- Retiro espiritual em NDame para o pessoal missionário.
18 de Dezembro de 2012- Formação permanente sobre Missão Evangelizadora no mundo de hoje.
05 de Março de 2013- Formação permanente sobre Fé, Ecumenismo e Diálogo Interreligioso.
28 de Maio de2013- Formação permanente sobre Catecismo da Igreja Católica na preocupação da Pastoral Ordinária da Igreja.
23 de Novembro de 2013- Conclusão do Ano da Fé, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, com a Santa Missa, às 10h00, na Sé Catedral, presidida pelo Bispo da Diocese, na qual se renovará solenemente a profissão da fé.

CONCLUSÃO

Caríssimos diocesanos, o Ano da Fé é um “ano de graça” que devemos aproveitar para aprofundar e revigorar a nossa fé, alimentar a nossa esperança, incrementar a nossa caridade e fortalecer os laços de comunhão com Deus e com os irmãos, percorrendo os caminhos da conversão e da reconciliação.
Mostremos a todos a força e a beleza da fé. Que este ano seja um tempo de renovação e de redescoberta da fé na família e na comunidade. Só acreditando é que a fé cresce e se revigora. Ela torna-nos fecundos porque alarga o coração com a esperança e nos leva à prática da caridade. Celebremos a fé confessando-a solenemente de variadas formas e nos diversos lugares (na família, na escola, na política, no grupo, na comunidade). Descubramos novamente os conteúdos da fé... reflictamos sobre o próprio acto com que se crê e professemos pessoal e comunitariamente as verdades que nossa fé encerra.
Se nos empenharmos nestes objectivos, estaremos, certamente, a contribuir, pela renovação da nossa vida cristã, para que nos apresentemos como “sinal de genuína esperança” diante de todos quantos, no nosso país, põem os olhos em nós.
Para todos imploro de Deus, por intercessão de Maria nossa Mãe, a fé, a paz, o amor, a reconciliação, a esperança e as melhores bênçãos. Para todos um bom Ano da Fé!

Bissau, 08 de Outubro de 2012

Dom José Câmnate na Bissign

Bispo de Bissau)

17 ottobre 2012

Camminare con la Chiesa 12: Messaggio per la Giornata Missionaria Mondiale 2012

MESSAGGIO DEL SANTO PADRE BENEDETTO XVI
PER LA GIORNATA MISSIONARIA MONDIALE 2012

“Chiamati a far risplendere la Parola di verità”
(Lett. ap. Porta fidei, 6)


Cari fratelli e sorelle!

La celebrazione della Giornata Missionaria Mondiale si carica quest’anno di un significato tutto particolare. La ricorrenza del 50° anniversario dell'inizio del Concilio Vaticano II, l’apertura dell’Anno della fede e il Sinodo dei Vescovi sul tema della nuova evangelizzazione concorrono a riaffermare la volontà della Chiesa di impegnarsi con maggiore coraggio e ardore nella missio ad gentes perché il Vangelo giunga fino agli estremi confini della terra.

Il Concilio Ecumenico Vaticano II, con la partecipazione dei Vescovi cattolici provenienti da ogni angolo della terra, è stato un segno luminoso dell’universalità della Chiesa, accogliendo, per la prima volta, un così alto numero di Padri Conciliari provenienti dall’Asia, dall’Africa, dall’America Latina e dall’Oceania. Vescovi missionari e Vescovi autoctoni, Pastori di comunità sparse fra popolazioni non cristiane, che portavano nell’Assise conciliare l’immagine di una Chiesa presente in tutti i Continenti e che si facevano interpreti delle complesse realtà dell’allora cosiddetto “Terzo Mondo”. Ricchi dell’esperienza derivata dall’essere Pastori di Chiese giovani ed in via di formazione, animati dalla passione per la diffusione del Regno di Dio, essi hanno contribuito in maniera rilevante a riaffermare la necessità e l’urgenza dell’evangelizzazione ad gentes, e quindi a portare al centro dell’ecclesiologia la natura missionaria della Chiesa.


Ecclesiologia missionaria

Questa visione oggi non è venuta meno, anzi, ha conosciuto una feconda riflessione teologica e pastorale e, al tempo stesso, si ripropone con rinnovata urgenza perché si è dilatato il numero di coloro che non conoscono ancora Cristo: “Gli uomini che attendono Cristo sono ancora in numero immenso”, affermava il beato Giovanni Paolo II nell’Enciclica Redemptoris missio sulla permanente validità del mandato missionario, e aggiungeva: “Non possiamo restarcene tranquilli, pensando ai milioni di nostri fratelli e sorelle, anch’essi redenti dal sangue di Cristo, che vivono ignari dell’amore di Dio” (n. 86). Anch’io, nell’indire l’Anno della fede, ho scritto che Cristo “oggi come allora, ci invia per le strade del mondo per proclamare il suo Vangelo a tutti i popoli della terra” (Lett. ap. Porta fidei, 7); proclamazione che, come si esprimeva anche il Servo di Dio Paolo VI nell’Esortazione apostolica Evangelii nuntiandi, “non è per la Chiesa un contributo facoltativo: è il dovere che le incombe per mandato del Signore Gesù, affinché gli uomini possano credere ed essere salvati. Sì, questo messaggio è necessario. È unico. È insostituibile” (n. 5). Abbiamo bisogno quindi di riprendere lo stesso slancio apostolico delle prime comunità cristiane, che, piccole e indifese, furono capaci, con l’annuncio e la testimonianza, di diffondere il Vangelo in tutto il mondo allora conosciuto.

Non meraviglia quindi che il Concilio Vaticano II e il successivo Magistero della Chiesa insistano in modo speciale sul mandato missionario che Cristo ha affidato ai suoi discepoli e che deve essere impegno dell’intero Popolo di Dio, Vescovi, sacerdoti, diaconi, religiosi, religiose, laici. La cura di annunziare il Vangelo in ogni parte della terra spetta primariamente ai Vescovi, diretti responsabili dell’evangelizzazione nel mondo, sia come membri del collegio episcopale, sia come Pastori delle Chiese particolari. Essi, infatti, “sono stati consacrati non soltanto per una diocesi, ma per la salvezza di tutto il mondo” (Giovanni Paolo II, Lett. enc. Redemptoris missio, 63), “messaggeri di fede che portano nuovi discepoli a Cristo” (Ad gentes, 20) e rendono “visibile lo spirito e l’ardore missionario del Popolo di Dio, sicché la diocesi tutta si fa missionaria” (ibid., 38).


La priorità dell’evangelizzare

Il mandato di predicare il Vangelo non si esaurisce perciò, per un Pastore, nell’attenzione verso la porzione del Popolo di Dio affidata alle sue cure pastorali, né nell’invio di qualche sacerdote, laico o laica fidei donum. Esso deve coinvolgere tutta l’attività della Chiesa particolare, tutti i suoi settori, in breve, tutto il suo essere e il suo operare. Il Concilio Vaticano II lo ha indicato con chiarezza e il Magistero successivo l’ha ribadito con forza. Ciò richiede di adeguare costantemente stili di vita, piani pastorali e organizzazione diocesana a questa dimensione fondamentale dell’essere Chiesa, specialmente nel nostro mondo in continuo cambiamento. E questo vale anche per gli Istituti di Vita Consacrata e le Società di Vita Apostolica, come pure per i Movimenti ecclesiali: tutte le componenti del grande mosaico della Chiesa devono sentirsi fortemente interpellate dal mandato del Signore di predicare il Vangelo, affinché Cristo sia annunciato ovunque. Noi Pastori, i religiosi, le religiose e tutti i fedeli in Cristo, dobbiamo metterci sulle orme dell’apostolo Paolo, il quale, “prigioniero di Cristo per i pagani” (Ef 3,1), ha lavorato, sofferto e lottato per far giungere il Vangelo in mezzo ai pagani (cfr Col 1,24-29), senza risparmiare energie, tempo e mezzi per far conoscere il Messaggio di Cristo.

Anche oggi la missione ad gentes deve essere il costante orizzonte e il paradigma di ogni attività ecclesiale, perché l’identità stessa della Chiesa è costituita dalla fede nel Mistero di Dio, che si è rivelato in Cristo per portarci la salvezza, e dalla missione di testimoniarlo e annunciarlo al mondo, fino al suo ritorno. Come san Paolo, dobbiamo essere attenti verso i lontani, quelli che non conoscono ancora Cristo e non hanno sperimentato la paternità di Dio, nella consapevolezza che “la cooperazione missionaria si deve allargare oggi a forme nuove includendo non solo l’aiuto economico, ma anche la partecipazione diretta all’evangelizzazione” (Giovanni Paolo II, Lett. enc. Redemptoris missio, 82). La celebrazione dell’Anno della fede e del Sinodo dei Vescovi sulla nuova evangelizzazione saranno occasioni propizie per un rilancio della cooperazione missionaria, soprattutto in questa seconda dimensione.


Fede e annuncio

L’ansia di annunciare Cristo ci spinge anche a leggere la storia per scorgervi i problemi, le aspirazioni e le speranze dell’umanità, che Cristo deve sanare, purificare e riempire della sua presenza. Il suo Messaggio, infatti, è sempre attuale, si cala nel cuore stesso della storia ed è capace di dare risposta alle inquietudini più profonde di ogni uomo. Per questo la Chiesa, in tutte le sue componenti, deve essere consapevole che “gli orizzonti immensi della missione ecclesiale, la complessità della situazione presente chiedono oggi modalità rinnovate per poter comunicare efficacemente la Parola di Dio” (Benedetto XVI, Esort. ap. postsin. Verbum Domini, 97). Questo esige, anzitutto, una rinnovata adesione di fede personale e comunitaria al Vangelo di Gesù Cristo, “in un momento di profondo cambiamento come quello che l’umanità sta vivendo” (Lett. ap. Porta fidei, 8).

Uno degli ostacoli allo slancio dell’evangelizzazione, infatti, è la crisi di fede, non solo del mondo occidentale, ma di gran parte dell’umanità, che pure ha fame e sete di Dio e deve essere invitata e condotta al pane di vita e all’acqua viva, come la Samaritana che si reca al pozzo di Giacobbe e dialoga con Cristo. Come racconta l’Evangelista Giovanni, la vicenda di questa donna è particolarmente significativa (cfr Gv 4,1-30): incontra Gesù, che le chiede da bere, ma poi le parla di un’acqua nuova, capace di spegnere la sete per sempre. La donna all’inizio non capisce, rimane a livello materiale, ma lentamente è condotta dal Signore a compiere un cammino di fede che la porta a riconoscerlo come il Messia. E a questo proposito sant’Agostino afferma: “dopo aver accolto nel cuore Cristo Signore, che altro avrebbe potuto fare [questa donna] se non abbandonare l’anfora e correre ad annunziare la buona novella?” (In Ioannis Ev., 15, 30). L’incontro con Cristo come Persona viva che colma la sete del cuore non può che portare al desiderio di condividere con altri la gioia di questa presenza e di farlo conoscere perché tutti la possano sperimentare. Occorre rinnovare l’entusiasmo di comunicare la fede per promuovere una nuova evangelizzazione delle comunità e dei Paesi di antica tradizione cristiana, che stanno perdendo il riferimento a Dio, in modo da riscoprire la gioia del credere. La preoccupazione di evangelizzare non deve mai rimanere ai margini dell’attività ecclesiale e della vita personale del cristiano, ma caratterizzarla fortemente, nella consapevolezza di essere destinatari e, al tempo stesso, missionari del Vangelo. Il punto centrale dell’annuncio rimane sempre lo stesso: il Kerigma del Cristo morto e risorto per la salvezza del mondo, il Kerigma dell’amore di Dio assoluto e totale per ogni uomo ed ogni donna, culminato nell’invio del Figlio eterno e unigenito, il Signore Gesù, il quale non disdegnò di assumere la povertà della nostra natura umana, amandola e riscattandola, per mezzo dell’offerta di sé sulla croce, dal peccato e dalla morte.

La fede in Dio, in questo disegno di amore realizzato in Cristo, è anzitutto un dono e un mistero da accogliere nel cuore e nella vita e di cui ringraziare sempre il Signore. Ma la fede è un dono che ci è dato perché sia condiviso; è un talento ricevuto perché porti frutto; è una luce che non deve rimanere nascosta, ma illuminare tutta la casa. E’ il dono più importante che ci è stato fatto nella nostra esistenza e che non possiamo tenere per noi stessi.


L’annuncio si fa carità

“Guai a me se non annuncio il Vangelo!”, diceva l’apostolo Paolo (1 Cor 9,16). Questa parola risuona con forza per ogni cristiano e per ogni comunità cristiana in tutti i Continenti. Anche per le Chiese nei territori di missione, Chiese per lo più giovani, spesso di recente fondazione, la missionarietà è diventata una dimensione connaturale, anche se esse stesse hanno ancora bisogno di missionari. Tanti sacerdoti, religiosi e religiose, da ogni parte del mondo, numerosi laici e addirittura intere famiglie lasciano i propri Paesi, le proprie comunità locali e si recano presso altre Chiese per testimoniare e annunciare il Nome di Cristo, nel quale l’umanità trova la salvezza. Si tratta di un’espressione di profonda comunione, condivisione e carità tra le Chiese, perché ogni uomo possa ascoltare o riascoltare l’annuncio che risana e accostarsi ai Sacramenti, fonte della vera vita.

Insieme a questo alto segno della fede che si trasforma in carità, ricordo e ringrazio le Pontificie Opere Missionarie, strumento per la cooperazione alla missione universale della Chiesa nel mondo. Attraverso la loro azione l’annuncio del Vangelo si fa anche intervento in aiuto del prossimo, giustizia verso i più poveri, possibilità di istruzione nei più sperduti villaggi, assistenza medica in luoghi remoti, emancipazione dalla miseria, riabilitazione di chi è emarginato, sostegno allo sviluppo dei popoli, superamento delle divisioni etniche, rispetto per la vita in ogni sua fase.

Cari fratelli e sorelle, invoco sull’opera di evangelizzazione ad gentes, ed in particolare sui suoi operai, l’effusione dello Spirito Santo, perché la Grazia di Dio la faccia camminare più decisamente nella storia del mondo. Con il beato John Henry Newman vorrei pregare: “Accompagna, o Signore, i tuoi missionari nelle terre da evangelizzare, metti le parole giuste sulle loro labbra, rendi fruttuosa la loro fatica”. La Vergine Maria, Madre della Chiesa e Stella dell’evangelizzazione, accompagni tutti i missionari del Vangelo.


Dal Vaticano, 6 gennaio 2012, Solennità dell’Epifania del Signore


BENEDICTUS PP. XVI

4 ottobre 2012

Dicono di noi 10: Ho visto cose di... un altro mondo!


Tra le esperienze che hanno riempito la mia estate, il viaggio in Africa, per conoscere la missione in cui opera padre Ivo Cavraro, è stato certamente il più significativo. Questa avventura si è arricchita anche della presenza di don Marco Camiletti- che tra qualche mese affiancherà padre Ivo come missionario fidei donum - e di altri giovani accomunati dallo stesso desiderio di incontrare il volto dell’Africa.

Il presente non vuole essere tanto un articolo di cronaca, quanto piuttosto una testimonianza di quello che i miei occhi hanno potuto vedere. E i miei occhi, in terra di Bigene- lì dove 5 anni fa il nostro vescovo ha deciso di aprire una missione in collaborazione con le suore Oblate del S. Cuore che già operavano da prima- hanno visto cose dell’altro mondo!

Hanno visto un popolo a cui manca il necessario per poter vivere dignitosamente, secondo quei canoni che per noi, spesso abituati a vivere nel troppo, sono scontati ma che, di fatto, risultano essere essenziali. Hanno visto un popolo in cui il futuro sembra avere soltanto i tratti di un domani che si contende con il presente il duello della sopravvivenza. Hanno visto donne gravide o lattanti fare la fila presso un centro nutrizionale, non per monitorare lo sviluppo del feto nel proprio grembo o per acquistare prodotti che assicurino una crescita migliore al nascituro, ma per fare l’elemosina di quei beni di prima necessità che permettano a entrambi di poter superare la prova di una bilancia tristemente abituata a pesare bimbi e donne quasi sempre al di sotto del peso ideale. Hanno visto bimbi, disabili o gemelli, essere abbandonati prima che dai propri genitori, da una cultura disumana che, assieme agli ammalati, li relega ai margini della società perché ritenuti essere posseduti da spiriti cattivi. Hanno visto lacrime rigare volti umani, quasi per manifestare quella impotenza nei confronti di una vita così piena di amarezze e stanchezze.

Ma questi occhi hanno potuto vedere anche cose di un altro mondo! Di un mondo segnato dalla fede, spinto verso un futuro carico di speranza, trasformato dalla carità. Di un mondo in cui puoi constatare come il Vangelo diventi il lievito per far fermentare quell’umanità che abita nelle profondità il cuore di ogni uomo e donna. Di un mondo in cui, conosciuto Dio, lo si fa entrare in tutte gli eventi che costellano la quotidianità di una persona e del vivere insieme. Di un mondo in cui la terra vibra sotto i piedi, perché la vita la si prende al ritmo di una danza dalle movenze energiche e gioiose. Di un mondo in cui i sorrisi dei bambini e le loro mani alzate hanno la capacità di farti stupire continuamente della bellezza della vita e che ti fanno accorgere che spesso basta davvero poco per rendere felice chi ti sta accanto. Di un mondo in cui i gesti di attenzione degli adulti e degli anziani si pongono a custodia del tempo che scorre e del bene che ti appartiene. Questi occhi hanno visto come la persona umana non è un’isola autosufficiente ma si dà, nella sua pienezza, solo all’interno di una rete relazionale: è il senso della vita organizzata in villaggi (le tabanke), era il senso delle polis greche, sarebbe dovuto essere stato il senso delle nostre metropoli! Questi occhi hanno visto la solidarietà umana spalancare le proprie braccia, anche in situazioni di indigenza estrema, e donare tutto il possibile a chi gli è rimasta una sola ricchezza: la vita. Questi occhi hanno potuto vedere che l’ospitalità fraterna e senza pregiudizi è un perno della società civile e, forse, per la prima volta, questi occhi si sono dovuti mettere dalla parte di chi, dopo mille peripezie, approda a Nord del globo terrestre e bussa ai portoni delle Nazioni del “Primo mondo” chiedendo accoglienza non tanto per una vita migliore ma per una vita che abbia soltanto il profumo della dignità.

Tornando a casa, questi occhi si sono accorti che un po’ d’Africa c’è anche qui perché la persona umana, dovunque si trovi e a qualunque stato sociale appartenga, di qualunque colore sia la sua pelle e in qualunque modo chiami Dio, sperimenta comunque la propria contingenza. Questa verità ha lasciato in me la grande consapevolezza di sapermi fragile e bisognoso e mi ha dato di imparare a guardare gli altri con gli occhi della misericordia, quegli stessi occhi che duemila anni fa si sono posati sugli uomini e le donne di Palestina e che hanno detto loro che siamo stati fatti per cose più grandi: per amare ed essere amati. E questa verità mi è stata confermata dalla vita di chi, mettendosi alla sequela del Rabbi di Galilea, sta imparando che essa vale nella misura in cui diventa un dono.

Michele Caputo, seminarista V anno, Foggia.

da "Voce di popolo", settimanale diocesano di Foggia-Bovino, 21/09/2012

19 settembre 2012

Diario 19: L’essenziale è (in)visibile agli occhi

“L’essenziale è (in)visibile agli occhi”
Diario dell’esperienza in Guinea Bissau
17 agosto - 09 settembre 2012

La vita è un viaggio e come tutti i viaggi segue un percorso già tracciato al momento della nostra nascita, un percorso che ci si rivela giorno dopo giorno, e dalla cui scoperta traiamo la forza che ci spinge ad andare avanti.
La vita è anche incontri, molti dei quali ci accompagneranno quasi per tutto il viaggio, altri si fermeranno con noi solo per un pò, di qualcosa conserveremo solo un suono o un profumo.
Qualcuno ci regalerà un sorriso, qualcun’altro ci strapperà una lacrima.
Ma quando la nostra meta sarà visibile all’orizzonte, guarderemo con tenerezza e comprensione ogni tappa di questo magnifico viaggio.
Si sa anche che ogni viaggio inizia con un piccolo passo, ed è così che il 17 agosto 2012 partono per la Guinea Bissau, insieme a don Ivo Cavraro, missionario “fidei donum” della Diocesi di Foggia-Bovino, 9 giovani volontari (5 pugliesi e 4 veneti) per vivere (o rivivere) l’esperienza della Missione di Bigene.
Seguono appunti di viaggio e spunti di riflessione registrati da una telecamera virtuale che ha ripreso i momenti belli e non della loro esperienza africana, proponendo una seria revisione della propria vita attraverso la condivisione con una popolazione povera ma dalla sorprendente vitalità.

Venerdì 17/08 “L’incontro”
Il grande giorno è arrivato: si parte per la Guinea Bissau per vivere (o rivivere come per me e don Marco Camiletti) l’esperienza della missione di Bigene.
Da Foggia partono insieme a Pe. Ivo Cavraro, il sottoscritto, don Marco Camiletti (sacerdote ed educatore del Seminario diocesano di Foggia), Romana Maggio, per gli amici Romy, docente di discipline pittoriche, Viviana Cocomazzi, logopedista, e Michele Caputo, seminarista a Molfetta (Ba).
Dal Veneto invece Alessandra Cavraro, studentessa di Giurisprudenza, suo cugino Riccardo, laureando in Filosofia, Aurora Smiderle, studentessa di Farmacia e Guido Gasparetto, di professione gommista.
Il gruppo si compatta in quel di Lisbona da dove alle ore 22:10 locali (le 23:10 in Italia) parte per la Guinea Bissau.

Sabato 18/08 “La forza del silenzio”
Sono circa le 2 di notte ora locale (le 4 in Italia) quando tocchiamo terra guineense: il primo impatto è come sempre molto caloroso.
Ritirate le valigie, per fortuna arrivate con noi, ci rechiamo in Curia per riposarci qualche ora, prima di tuffarci nella nostra esperienza africana.
Al mattino, tutti puntuali ed adrenalinici, dopo colazione ci incamminiamo con Pe. Ivo verso la nostra prima tappa: l’Hospital do Mal de Hansen di Cumura, a pochi km da Bissau.
Cumura significa “terra maledetta”: ma proprio qui, in questa landa coperta da vegetazione tropicale, i francescani nel 1955 hanno costruito il loro centro più importante, un polo di attività che ha ridato speranza all’intera Guinea Bissau, sopperendo in gran parte alle carenze sanitarie dell'intero Paese.
Cumura è cresciuta non in base ad un progetto, ma alle necessità crescenti che si sono presentate nel corso degli anni.
Tutto cominciò con la cura dei lebbrosi, che prima venivano confinati da queste parti come in un lazzaretto.
Il fondatore di Cumura, Mons. Settimio Arturo Ferrazzetta, francescano, 1° Vescovo della Guinea Bissau, sarebbe orgoglioso di vedere oggi lavorare come api nell’alveare i suoi confratelli italiani ed i loro colleghi portoghesi.
Tra questi ultimi, Padre Victor Henriques, originario di Torres Novas (Portogallo), che sentì la chiamata di Dio quando era al II anno di Medicina a Lisbona, rendendosi conto che il suo destino era quello di essere medico e sacerdote missionario, tanto da entrare nell’Ordine Francescano nel 1982, e conseguire la Laurea in Medicina Tropicale nel 1986.
La vita lo riporterà a Cumura, dopo una precedente breve parentesi, a curare i mali del corpo e quelli dell’anima.
A Cumura, opera anche Suor Maria Valeria Amato, siciliana, dell’Ordine delle Francescane Missionarie del Cuore Immacolato di Maria, in Guinea Bissau da ormai 24 anni.
Durante la guerra civile ha prestato soccorso sia alla popolazione civile che ai guerriglieri operando chirurgicamente anche a lume di candela.
Cumura è un luogo d’amore, dove si avverte la presenza silenziosa della Chiesa, dove i piccoli gesti e le semplici parole, aprono gli occhi ed il cuore alla speranza, alla forza di operare per il bene.
Inoltre in questo luogo ricevi molte risposte, ed hai la conferma che nulla accade per caso, e che un pezzo del tuo cuore, del tuo amore è qui… rientrando dopo 3 anni a “Casa Bambaran” a Bor, l’orfanotrofio ristrutturato ed ampliato dagli “Amici del Terzo Mondo” di Peschiera Borromeo (Mi), conosciuti a Bissau nel 2009.
"Casa Bambaran" ospita bambini orfani o che hanno subito maltrattamenti in famiglia, cercando di far ritornare il sorriso a questi bimbi aprendogli nuovi orizzonti, restituendo loro la possibilità di sognare un mondo diverso dove l'amore, la protezione e il rispetto dei loro diritti è possibile.
All'interno della grande famiglia di “Casa Bambaran”, esiste un gruppo di bambini molto speciali... Sono bambini che soffrono di malattie neurologiche, ritardo psicomotorio, malformazioni, sindrome di down.
Molti di questi bambini sono recuperabili, ma in Guinea Bissau non vi è una struttura adatta ad offrire loro una qualità di vita migliore.
Il «Bambaran» è uno dei simboli dell'Africa, ovvero quella striscia di stoffa sottile e colorata che le mamme in Guinea Bissau utilizzano per trasportare i figli e che segue il bambino per la sua intera vita.
Metaforicamente, “Casa Bambaran” avvolge e si prende cura dei meno fortunati, dei dimenticati, sottolineando che l'amore del prossimo è il primo segno dell'amore di Dio.

Domenica 19/08 “La forza della natura”
Il mio 38°compleanno coincide con il viaggio verso Bigene: odori, suoni e colori in itinere, sono il regalo più bello che questa terra ti possa fare.
Il tempo sembra essersi fermato o addirittura non esistere: dinanzi a te si spalanca una finestra su di un mondo di desolante povertà, in cui però spicca la sorprendente cordialità e vitalità del popolo guineense.
Facciamo una breve sosta nel villaggio di Liman lungo la strada per Bigene: qui ci aspettano il 24 per l’inaugurazione di un pozzo e della chiesa.
Dopo più di 3 ore, arriviamo a Bigene ed il pranzo dalle suore termina con una piacevole e dolce sorpresa: una torta per il mio compleanno e per quello di Romy: Suor Rosa non si smentisce mai!
Dopo pranzo ci sistemiamo in “Casa Foggia” ed in “Casa Italia”, ed alle 19 andiamo a messa nella Parrocchia del Sacro Cuore di Gesù, dove canti e balli tradizionali sono il benvenuto della comunità locale.
Pe. Ivo ci presenta ad uno ad uno, i nostri nomi vengono ripetuti e memorizzati, e per ognuno di noi viene riservato un toka palmu (battito di mani), segno di accoglienza e riconoscenza.
C’è anche una bella notizia da dare: l’arrivo a Bigene di don Marco, come fidei donum nella prossima primavera.
Potete immaginare la contentezza della comunità… e questa volta il toka palmu è più fragoroso e ritmato .

Lunedì 20/08 “La forza dei sogni”
Suor Rosa ci accompagna in visita alla scuola della missione di Bigene, retta dalle Suore Oblate del Sacro Cuore di Gesù, che ad oggi conta circa 250 bambini, anche di religioni diverse.
La mia mente vola al Progetto “Metti in luce Bigene”, (conclusosi ad aprile 2012 che ha portato l’energia elettrica, attraverso l’impianto fotovoltaico presente sulla casa del missionario Pe. Ivo, al Centro Nutrizionale, alla Chiesa ed alla scuola della missione), osservando le ventoline da soffitto che nel tempo delle lezioni e nelle giornata calde, assicurano il giusto refrigerio ai piccoli amici, futuro di questa terra.
Inoltre con l’arrivo dell’energia elettrica, possono tenersi corsi serali di alfabetizzazione per le donne, impegnate la mattina a lavorare nella bulanha. (risaia)
Prima di pranzo, Joaquim, infermiere presso il Centro Nutrizionale, nonché nostro professore di lingua locale, ci avvisa che alle 16 ci sarà la prima lezione di criolo e cultura locale: senza comunicazione si fa poca strada.
Durante la lezione viene a trovarci Albino, catechista del villaggio di Bambea per darci il benvenuto ed invitarci nel suo villaggio nella quarta feira. (mercoledì)
La presenza di Albino ci da la possibilità di chiedergli qualcosa sulla sua etnia e soprattutto del fanado, il rito di iniziazione che trasforma un ragazzo in uomo.
In serata, dopo cena, è il tempo della prima condivisione sociale su questi primi giorni, ma intensi, della nostra esperienza: ascoltarsi è una reazione di base per conoscersi.

Martedì 21/08 “La forza del dialogo”
Di buon mattino, allaccio le mie Saucony ed esco per la prima corsa in terra guineense fino al villaggio di Quissir, passando per lo spettacolare scenario del laghetto delle ninfee: chissà cosa avran pensato le persone incontrate nel vedere un “Podista di Capitanata” ovvero un “Puffo” (soprannome dovuto alla nostra divisa sociale, di colore blu) zompettare sulla terra rossa…
Dopo colazione visitiamo il Centro Nutrizionale per il recupero dei bambini denutriti, dove viene garantito un supporto sanitario a mamme e bambini denutriti di Bigene e dei suoi 58 villaggi.
Joaquim illustra velocemente le attività del Centro ed inizia le visite di controllo come ogni martedì e mercoledì.
Oggi a Bigene si sarebbe dovuto tenere il “lumo” (il mercato settimanale), ma coincidendo con la festa di chiusura del Ramadan, tutto è rinviato.
Si opta per far due passi per Bigene, e Pe. Ivo si incammina verso la casa dello Chef di Bigene (capo villaggio mussulmano) per un saluto.
Qui le diverse religioni non sono motivo di contrasti e divisioni: se solo il mondo prendesse spunto…
Il capo villaggio ci fa accomodare sotto il grande albero fuori dalla sua casa, radunando tutta la sua famiglia.
Onorato della nostra presenza, ci ridà appuntamento al 27.

Mercoledì 22/08 “La forza della Parola”
Il nostro tabellino di marcia oggi prevede la visita al villaggio di Sidif Balanta, dove richiedono scuola e catechesi.
Un “omi garandi” (anziano) con forza e decisione sottolinea la necessità che i bambini studino ed i genitori si responsabilizzino di più provvedendo al pagamento dei professori.
La missione, dal canto suo, contribuirà con l’acquisto di sacchi di cemento per la costruzione di un locale adibito a scuola.
Le donne del villaggio invece richiedono la macchina per pilare il riso e rendere meno faticoso il loro grande operato.
Nel pomeriggio ci rechiamo, invitati da Albino, nel villaggio di Bambea, a pochi km da Bigene.
Qui sono presenti alcune persone che hanno ricevuto il sacramento del battesimo nel giorno della Pentecoste.
Anche in questa tabanka si avverte il desiderio di conoscere Cristo e di continuare il cammino di catechesi.
Un bel temporale africano ci da la sua benedizione, dicendoci che è ora di tornare a casa… per non correre il rischio di rimanere bloccati nel matu (foresta).
Torniamo a Bigene per una cena indiana: si proprio così, la gastronomia asiatica per il nostro palato grazie a Suor Susy, suora Oblata indiana, ora a Bigene.

Giovedì 23/08 “La forza dei sentimenti”
Oggi le ragazze sono dalle suore per aiutare alcuni bambini, tra cui Maio, un bambino di 11 anni, in cura per una tubercolosi, e con una seria lesione cerebrale che gli impedisce di vedere bene da vicino e di muoversi con libertà.
Avrebbe bisogno di un buon fisioterapista, che però in Guinea-Bissau non esiste.
Maio ha dalla sua, per fortuna, una forza di volontà ed un coraggio ineguagliabili, elementi questi, che costituiscono la migliore terapia per la sua vita.
Romy, Viviana, Alessandra ed Aurora han messo su, nel giardino della casa delle suore, un vero e proprio laboratorio didattico.
Lavoretti con la pasta di sale, palloncini colorati e giochi di gruppo per regalare sorrisi ai tanti bambini presenti.
A poco più di 500 metri, gli uomini di casa si dedicano al montaggio della cucina e delle zanzariere in “Casa Italia”.
Nella lezione di criolo di oggi si affrontano i temi della famiglia e del matrimonio (casamento) tradizionale, con la testimonianza di Joaquim, che sottolinea il cambiamento di alcuni usi e costumi tipici di questa terra, e delle etnie presenti.
Alla domanda sul numero di mogli, la risposta “una sola moglie…perché ho un solo cuore” raccoglie i nostri consensi all’unanimità, e mi da spunto per una riflessione sulla dignità del matrimonio, che però non brilla dappertutto con la stessa chiarezza, oscurata come è dalla piaga del divorzio, dal cosiddetto libero amore, dalla poligamia (come in Guinea-Bissau) e da tante altre deformazioni.
Ma, essendo il bene della persona e della società umana e cristiana strettamente connesso con una felice situazione della comunità coniugale e familiare, ne esco fiducioso.

Venerdì 24/08 “La forza delle tradizioni”
Alle 09.30 siamo nel villaggio di Liman: arriva il gran giorno per questa bella comunità, che ha atteso il ritorno di Pe. Ivo dall’Italia per inaugurare il pozzo (realizzato dalla Caritas tedesca) e il locale della nuova chiesa.
Prima la catechesi e gli incontri si svolgevano in un locale tipico di argilla che i ragazzi utilizzano come “discoteca”.
Sono i villaggi che chiedono, non c’è nessuna interferenza da parte della Chiesa e della missione, che contribuisce, come in questo caso, con l’acquisto di pannelli di zinco per la copertura e di chiodi per fissare la tettoia.
Tutto il resto è frutto della natura circostante e sono gli stessi abitanti del villaggio a provvedere.
Oggi per pranzo Neia, la domestica che aiuta Pe. Ivo, ci fa trovare un piatto tipico di questa terra: riso e mancara (crema di noccioline): standing ovation da parte di tutti noi, al punto da alzarsi per il bis!
Nel pomeriggio proseguono le lezioni di criolo e cultura locale, e Joaquim ci parla del suo “casamento” (matrimonio) tradizionale, raccontandoci dettagliatamente le modalità e la preparazione della “dote” da portare alla famiglia della ragazza.
Il matrimonio qui ha un sapore nettamente diverso: si basa su antichi rituali anche se questi appaiono sempre più in via d’estinzione, e resta in un certo senso “un affare di famiglia”.
Le decisioni relative al matrimonio, infatti, sono affidate ai capifamiglia che in molte etnie devono imporre ai figli i coniugi che ritengono convenienti e adeguati senza tenere conto della loro volontà.
Si potrebbe dire che piacersi, tra uomo e donna, è affar loro; sposarsi è affare delle loro famiglie.
Una cosa, comunque, appare certa e lontana dalla nostra cultura: i matrimoni tradizionali africani, implicano spesso celebrazioni lunghe e complesse che si protraggono per diversi giorni.
Lo sposo deve preparare una dote per la famiglia della sposa, per compensare la perdita della loro figlia, ed ogni elemento di tale dote ha un suo significato per la futura vita matrimoniale.
Nella cultura africana, il matrimonio non tocca soltanto i due sposi, ma è una alleanza che lega anche le due famiglie: gli sposi, così, vengono rassicurati e protetti dalle approvazioni delle famiglie che si impegnano a dare un sostegno continuativo alla nuova coppia.
La cultura tradizionale dipende essenzialmente dal concetto della famiglia e del gruppo etnico, ed il racconto di Joaquim ne è la riprova.

Sabato 25/08 “La forza della corresponsabilità”
Arriviamo nel villaggio di Saiam Balanta, situato sulla strada per Baro, in direzione del confine con il Senegal.
Incontriamo gli abitanti di questo villaggio, dove Pe. Ivo è venuto per la prima volta lo scorso anno.
Classica la disposizione a semicerchio sotto un grande albero.
Anche qui le richieste sono per la costruzione di una scuola e di una chiesa.
Si può iniziare con il discorso scuola, perché i bambini ne han bisogno, visto che facevano diversi km ed a piedi per raggiungere quella più vicina.
Inoltre i diversi furti registratisi ultimamente in questa zona, han fatto maturare la decisione di tenere i bambini sotto controllo nel proprio villaggio.
Più in là si potrà essere affrontato il discorso della costruzione di una chiesa, ovviamente dopo l’inizio di un cammino di catechesi.
Un “omi garandi” prende la parola e con responsabilità e autorevolezza dà il suo consenso a questo modus operandi degli operatori della missione.
Terminato l’incontro, partono balli tradizionali in nostro onore sulle note del balafon: per un africano suonare e danzare vuol dire comunicare.
La musica ed i balli travolgono anche noi… ma dopo 40 minuti alziamo bandiera bianca e dopo aver salutato ci incamminiamo verso il fuoristrada, dove a sorpresa troviamo 3 galline come segno di ringraziamento della nostra visita e delle copertine di pile portate alle donne anziane del villaggio.

Domenica 26/08 “La forza della comunione”
Ore 09.00 Santa Messa nella Parrocchia della missione di Bigene con canti e danze di questa terra ed un “Alleluia” cantata e suonata da noi italiani… che è tutto un programma!
Al termine della Messa partecipiamo all’incontro mensile di collegamento e formazione con catechisti, novatus ed animatori del settore di Bigene, coperto dalla catechesi ed evangelizzazione di Pe. Ivo e delle suore Oblate.
All’incontro sono presenti circa 50 persone, alcune delle quali han percorso diversi km a piedi o in bici per raggiungere Bigene.
Si fa il punto della situazione delle rispettive tabanke (villaggi) e degli eventuali problemi.
Al termine, Joaquim illustra alcune norme sanitarie da rispettare e divulgare nei propri villaggi: il tema di oggi è l’igiene.
Tutto questo a noi può risultare scontato, ma qui è di vitale importanza. Informazione e prevenzione sono però alla base di un futuro migliore.
Terminato anche l’intervento di Joaquim, si pranza tutti insieme all’esterno della casa della missione: il pranzo comunitario è costituito da riso con un pezzetto di carne, una fettina di cetriolo crudo e un pezzetto di patata al forno.
Un’esperienza di condivisione molto edificante, faticosa, ma vera e ricca sotto molti aspetti.

Lunedì 27/08 “La forza della pace”
Ci rechiamo all’incontro con il capo villaggio (chef) di Bigene all’esterno della sua abitazione.
Il discorso ad un certo punto cade sul ruolo che lo chef riveste in materia decisionale (problemi di confini nella bulanha; convivenza civile etc.) e sul rapporto con l’amministratore di Bigene, scelto dal Governo, mentre la figura del capo villaggio è tramandata di padre in figlio.
Fu infatti proprio il nonno dell’attuale capo villaggio, il primo mussulmano a trasferirsi a Bigene.
Oltre al suo ricordo, conserva anche uno strumento agricolo, che ha ereditato e custodito con amore.
Il messaggio che emerge da questo incontro è: vivere senza conflitto!
Se c’è un problema, ci si siede e lo si risolve: immaginate se questo messaggio fosse universale…
Dalle suore è arrivata suor Merione Vez, Oblata originaria del Brasile, che ci ha portato le tovaglie realizzate dalle donne con il sistema del “Tye-Dye”, ed i braccialetti e le collane preparati dagli adolescenti della missione.
Tutto è andato a ruba in pochi minuti: un aiuto economico importante per la comunità locale.
Oggi il pranzo è allargato: festeggiamo il compleanno di Pedro, uno dei figli di Neia ed Alfredo (catechista e professore della scuola pubblica di Bigene, guardiano della missione di notte).
Nel pomeriggio la lezione di criolo è tenuta dal “supplente” Pe. Ivo Cavraro: Joaquim è a Bissau fino a sabato per un corso di formazione presso la Caritas.

Martedì 28/08 “La forza dell’amore”
Ore 09.00 al Centro Nutrizionale con Suor Rosa che torna alla sua attività dopo un po’ di tempo.
In assenza di Joaquim verrà aiutata da Djamba e qualche altro operatore della missione.
Con Pe. Ivo andiamo ad acquistare 4 sacchi di riso (200 kg) con i fondi del Progetto “Alimenta un sorRISO”, e lo portiamo al magazzino del Centro Nutrizionale.
Alcuni restano a dar una mano a Suor Rosa, mentre altri con Pe. Ivo vanno al “lumo” (mercato settimanale di Bigene): un tuffo in un oceano di colori, profumi e sapori.
Non dobbiamo dimenticare il pensierino per la sposa: nel pomeriggio siamo di matrimonio nel villaggio di Djambam!
Il nostro sarto di fiducia ci consegna i pantaloni e vestiti tradizionali prenotati: non ci resta che indossarli ed incamminarci verso il villaggio.
Arrivati a Djambam dopo circa 30 minuti, la prima sorpresa: le spose sono due… e chissà come faranno con il nostro regalo, un panno di stoffa tradizionale.
Ad accoglierci ci sono il capo villaggio e tantissimi bambini, ai quali si uniscono anche i piccoli Maio, Denilson, Braima e Yordi, venuti con noi da Bigene.
Via alle danze, alle foto ed ai tanti sorrisi.
Un uomo ci mostra l’attrezzo ligneo usato per arrampicarsi sulle palme, mentre un altro seduto lavorava le foglie della palma a mo’ di imbuto da utilizzare per versare il vino di cadjù o quello di palma.
Arriva la seconda sorpresa, segno di riconoscenza per la nostra visita: l’ennesima gallina, che per mezzora condividerà con noi il viaggio di ritorno… provocando un po’ di agitazione al nostro Michele Caputo.
Ci mettiamo ai fornelli per la cena e per preparare penne, capocollo, funghi e caciocavallo (volgarmente definito “massa organica” dall’addetto alla sicurezza del check-in a Lisbona)… mentre un succulento gateau di patate si dorava nel forno.
Vi è venuta fame? Venite e vedrete… o meglio gusterete!
Dopo cena gli “Amici di Bissau” presenti si riuniscono in assemblea per delineare le linee guida del prossimo progetto denominato “Una scuola per tutti”, nato dall’amarcord liceale di Pe. Ivo con i suoi ex amici di scuola veronesi e che prevederà in linea di massima un sostegno scolastico alle scuole della missione di Bigene (costruzione, materiale scolastico, etc.).

Mercoledì 29/08 “La forza dell’evangelizzazione”
Oggi don José Camnate na Bissign, vescovo della Diocesi di Bissau, verrà a farci visita e si fermerà con noi a Bigene per due giorni: c’è molto da apprendere da questa persona e dal suo carisma.
Il programma di oggi prevede la visita a tre villaggi: Masasu, Djembacunda e Mansacunda ovest (verso il Rio Cacheu).
Prima tappa nel villaggio di Masasu: qui ci attendono gli abitanti della tabanka ed altre persone, tra cui lo chef di Libertè e quello di Djembacunda, oltre ai ragazzi venuti con noi che ci fanno da guida ed interprete.
Sotto il grande albero inizia la chiacchierata, e dall’analisi della situazione del villaggio, emerge che il professore della scuola locale non ha ancora ricevuto tutti i pagamenti.
Le richieste di questo villaggio sono le stesse ascoltate nei precedenti incontri: un nuovo pozzo ed una nuova struttura per la scuola e la catechesi.
Pe. Ivo incentra la sua risposta sul concetto di corresponsabilità: obiettivo primario è quello di regolarizzare le situazioni pregresse, solo dopo si può ragionare sul da farsi.
I franchi per il casamento e le feste si riescono a recuperare: perché non anche quelli per l’istruzione dei propri bambini, futuro della propria terra?
La risposta è unanime: massimo impegno e nomina di un responsabile per l’istruzione che tenga sotto controllo la situazione e prepari una lista con i nomi delle famiglie ancora inadempienti da consegnare a Pe. Ivo per conoscenza.
Seconda tappa nel villaggio di Djembacunda: ci spostiamo in questo villaggio, riaccompagnando il capo villaggio che era con noi a Masasu.
Davanti la sua casa, Pe. Ivo ricorda l’aneddoto della sua prima visita in questa tabanka: tutta la gente era già seduta, quando ad un tratto si vede arrivare, correndo, un uomo anziano che di lì a poco scopre essere il capo villaggio, e che prima di iniziare a parlare ha dovuto rifiatare per 15 minuti… (nb per i curiosi: lo chef è anziano ed era al lavoro nella bulanha).
Andiamo con lui a vedere il nuovo pozzo, che come quello di Liman è stato realizzato dalla Caritas della Germania.
Terza tappa nel Villaggio di Mansacunda ovest: percorrendo altri 800 metri nel profondo del matu (foresta) la strada finisce. Eccoci a Mansacunda ovest.
Il capo villaggio si fa attendere: è Manuel Kuadè, un reduce della guerra di liberazione e compagno di Amilcar Cabral, il liberatore della patria, un “omi garandi” per la Guinea Bissau.
In questo villaggio, Pe. Ivo venne una sola volta lo scorso anno ed il capo villaggio dopo una titubanza iniziale disse che era il primo uomo bianco che veniva in pace.
Con fare determinato e serioso, invita Pe. Ivo a prendere carta e penna per scrivere quanto avrebbe detto, perché lui non sarebbe vissuto per sempre e voleva assicurarsi che le sue parole, e quindi le sue preoccupazioni, fossero effettivamente ascoltate, che una volta morto ci sarebbe stato chi, al posto suo, si sarebbe preoccupato del villaggio e avrebbe potuto realizzare i suoi desideri, tra cui quello che i suoi ragazzi e le sue ragazze potessero iniziare a vivere e lavorare come noi occidentali perché siamo tutti uguali e abbiamo tutti gli stessi diritti.
Manuel è molto felice nel vedere il "colore chiaro" e il "colore scuro" assieme.
Analizza poi la situazione della sua tabanka, evidenziando la necessità di un ospedale e di riparare la scuola costruita ed arredarla con l’essenziale.
Lo chef chiede anche una chiesa, ricordando la prima e unica visita degli appartenenti alla “Chiesa Neo-Apostolica”, una confessione cristiana millenarista che nasce, in seguito allo scisma di Amburgo, in Germania nel 1863 come Missione universale cristiana e apostolica dalla britannica Chiesa Cattolica-Apostolica. (La Chiesa Neo-Apostolica si considera la continuazione della chiesa cristiana primitiva, e si caratterizza per l'accento posto sulla missione degli apostoli e sulla preparazione dei credenti alla prima resurrezione di Gesù, distinta dal giudizio universale).
Dopo il capo villaggio, prende la parola Albati Manà, responsabile dei giovani di Mansacunda ovest, il quale si fa portavoce della volontà comune di costruire la chiesa, volontà che presuppone il desiderio di iniziare un cammino di catechesi.
Dopo una verifica preventiva con le suore, sono certo che presto “Segezia”, la Toyota Hilux di Pe. Ivo, sarà parcheggiata all’ombra del grande albero del villaggio di Mansacunda ovest.
Alle 16.30 il capo villaggio di Bigene e l’amministratore, a sorpresa, raggiungono la casa della missione per comunicare un incontro di tutti i capi villaggi delle tabanke del settore di Bigene, fissato per lunedì 3 settembre, concernente direttive impartite dal Ministero della Salute in merito all’epidemia di colera scoppiata nella confinante Guinea Conakry.
Intanto Dom José è arrivato e ci aspetta dalle suore… oltre alla pizza di suor Rosa, che ci prende sempre per la gola!
Terminata la cena, il vescovo chiede ad ognuno di noi le motivazioni che ci hanno spinto in questo lembo di terra africana per vivere l’esperienza della missione.
Domani ci aspetta una giornata molto intensa… tutti a nanna!

Giovedì 30/08 “La forza della speranza”
Di buon mattino ci incamminiamo insieme a Dom José verso il villaggio di Talicò, sulla strada per Farim.
In questa tabanka, le persone desiderose di catechesi sono passate da 40 a circa 120 in un solo anno, ed hanno costruito ex-novo un locale per la chiesa e la catechesi.
Dopo il saluto di benvenuto ed un momento di preghiera condiviso, ci viene mostrato il locale adibito a scuola, con insegnanti mandati dal governo.
Le condizioni non sono delle migliori, poiché i baga baga (le termiti) hanno fatto molti danni visibili all’esterno, che rendono pericolante la struttura.
Si ritorna a Bigene, dove abbiamo un incontro con Dom José ed il suo carisma.
Il Vescovo di Bissau analizza la cultura tradizionale guineense, soffermandosi sulle religioni presenti e le credenze popolari, incentrate sul concetto di protezione. Anziani, giovani e bambini: tutti partono dalla tradizione. L’animismo oggi sta perdendo la sua forza, influenzato dalla modernità e dalla tentazione del materialismo. Si perdono cosi i riferimenti della tradizione religiosa.
Il discorso si sposta sulla politica: con l’indipendenza, lo Stato si impone come laico, come per dire che le religioni non esistono, togliendo riferimenti sicuri per l’etica.
Tutto questo oggi viene avvertito maggiormente, e costanti sono i conflitti politici.
Il ruolo della Chiesa tra le religioni tradizionali e la modernità, si sintetizza nell’aiuto alla conservazione delle cose belle della propria cultura, affinché i giovani le possano sfruttare al massimo. (Es. L’istruzione: la scuola non era prevista da nessun gruppo etnico).
Per costruire un avvenire migliore, bisogna guardare alla storia e confrontarsi con la modernità per fare le scelte più giuste che migliorino la vita.
La Chiesa nel suo processo di evangelizzazione non distrugge le tradizioni: nella sua missione, comunica ciò che c’è di buono in un popolo, in una cultura.
Il senso della vita deve essere uguale per tutti, ed è alle cose essenziali che si deve guardare.
Fino al 1994 la situazione politica mostrava una sorta di calma apparente.
Ma la scelta politica non è andata mai a braccetto con la organizzazione sociale.
Ad alimentare l’instabilità politica è la guerra “sotterranea” per il controllo del traffico di droga, le cui rotte, in arrivo dall’America Latina, attraversano l’ex colonia portoghese, considerata ormai un “narcostato”, per poi approdare in Europa.
Occorre creare le condizioni perché ciò avvenga, nonostante la mancanza della volontà politica di decidere sul da farsi e far nascere una nuova classe politica carismatica e capace di guardare lontano ed al bene del paese.
La più grande preoccupazione, sottolinea Dom José, resta la mancanza di dialogo politico per mettere da parte gli interessi personali.
E’ urgente, per il salto di qualità, formare i giovani con delle esperienze professionali (e ce ne sono in Portogallo, Spagna ed Italia), desiderosi di ritornare nel loro paese.
La Chiesa aiuterà il popolo guineense in questo cammino per far cambiare il quadro politico in positivo.
Dom José poi apre una piccola parentesi sulla colonizzazione portoghese, e sottolinea come ogni forma di colonizzazione non metta mai al primo posto lo sviluppo della popolazione colonizzata.
La Guinea-Bissau era un punto di passaggio per il Portogallo, a differenza dell’Angola e del Mozambico.
Non aveva le stesse infrastrutture, ed un paese che arriva all’indipendenza ad esempio senza istruzione, di strada potrà farne poca.
La mancanza di una scelta politica autonoma, trascinata dall’ideologia marxista, ha assunto un ruolo primario anche se in negativo in tutto ciò.
Per correggere questi errori dovranno passare molti anni, ma Dom José crede nella forza del suo popolo, e noi crediamo che qualcosa cambierà.
Nel pomeriggio facciamo visita al villaggio di Senker Bam, vicino Bigene, dove suor Rosa fa la catechesi.
Oltre alla stessa suora delicetana, anche Dom José ci accompagna nella scoperta di un’altra bella realtà, dove il capo villaggio è un reduce della guerra in Russia e ricorda con occhi profondi e sorriso quel periodo duro sotto tutti i punti di vista.
Alle 19 c’è la Messa e l’adorazione con Dom José: ad una celebrazione ed ad un’adorazione eucaristica al buio e con la sola fioca luce delle candele, non vi avevo ancora preso parte.
A Bigene può accadere anche questo, e come sempre nulla accade per caso.
L’essenziale che ti rende più vicino a Dio, non è più invisibile ai tuoi occhi, ma lo puoi piacevolmente toccare con mano.
La Parola di Dio che illumina e salva è destinata al cuore umano, lo tocca nell’intimo e lo trasforma.
Di qui la fondamentale importanza del silenzio, dell’attenzione vigile, della riverenza e della disponibilità interiore di fronte a Dio che si comunica: in una parola l’importanza della preghiera, dell’ascolto della Parola.
Tornati a casa, Neia ci accoglie con uno squisito piatto tipico di questa terra: la canja de galinha.
La gallina, fatta a pezzi e macerata in succo di limone, viene fatta soffriggere in olio, cipolla, aglio e piri piri (una polvere ottenuta dai piccoli e piccantissimi peperoncini), per poi essere portata a lessatura in acqua salata. Tolti i pezzi di gallina, il brodo così ottenuto viene filtrato e usato per (s)cuocere il riso.
Nel frattempo, si provvede a disossare e a sfilacciare la carne, che viene poi rimessa in pentola negli ultimi minuti di cottura. Buon appetito… ...la canja de galinha è servita!

Venerdì 31/08 “La forza del chapati…”
Dom José riparte per Bissau, e con lui anche Pe. Ivo e Viviana, che nella notte ha il volo per l’Italia: è tempo di saluti…
Ne approfittiamo per terminare alcuni lavori in “Casa Italia”, e per aggiornare la contabilità della onlus “Amici di Bissau”… ma intanto dalla casa delle suore si alzano profumi indiani: per cena suor Susy ci ripropone il “chapati”, tipica pietanza della cucina indiana, una sorta di pane che serve come accompagnamento al piatto principale, prodotto a partire da un impasto di farina integrale, acqua e sale, che viene schiacciato fino a formare una pizza del diametro di circa 12 centimetri e poi cotto su una piastra asciutta e molto calda, su entrambi i lati.
Nel pomeriggio tentiamo di visitare qualche abitazione tipica a Bigene insieme a suor Rosa, ma un bel temporale africano ci dice “a goccia alta” che forse è il caso di rincasare… e pure di corsa.
Correre è servito, prima di tutto per evitare di inzupparci a dovere, ma soprattutto per scoprire che oltre al “chapati”, sulla tavola campeggiavano le “paps”, altra prelibatezza made in India.
Vi evitiamo i commenti… perché le nostre bocche sono troppo impegnate.

Sabato 01/09 “La forza della condivisione”
Alle ore 9 ci aspettano per ripulire il giardino circostante la chiesa di Bigene: la componente maschile della nostra “avventura” si arma di zappa e rastrello per tuffarsi con piacere anche in questo tipo di condivisione.
Bambini, donne, ragazzi ed adulti lavorano con noi, trasmettendo gioia di vivere insieme.
Il lavoro della terra stanca, ed il pomeriggio “Morfeo” rapisce molti di noi… e solo un buon odore di caffè ci richiama nel salone, dove le ragazze erano indaffarate nel preparare i braccialetti tipici di questo angolo di mondo, mettendo in pratica gli insegnamenti mattutini di suor Susy.
Nel frattempo Pe. Ivo è tornato da Bissau, e con lui programmiamo la giornata successiva.

Domenica 02/09 “La forza della comunicazione”
La pioggia continua a cadere incessantemente: benedizione per questo popolo, considerando la siccità dello scorso anno.
Alle ore 9 Santa Messa nella chiesa della missione di Bigene, occasione per salutare e ringraziare la comunità che ci ha accolto fraternamente e donato tanta ricchezza interiore.
Ma con alcune persone avremo modo di relazionarci nel corso della settimana, quindi i saluti finali sono rinviati… anche perché per molti si tratterà di un arrivederci.
Terminata la messa, con Pe. Ivo, don Marco e Michele ci incamminiamo verso il villaggio di Farea, villaggio originario di Djamba.
La strada è quella per Farim, ma ad un certo punto tocca imboccare una deviazione che attraversa il matu fino alla bulanha prima del villaggio.
Proprio qui, per non rimanere isolati durante la stagione delle piogge, nel maggio scorso gli abitanti di Farea, con il contributo degli amici italiani della missione di Bigene, hanno costruito una strada nuova (più alta) che attraversa la loro risaia, utilizzando grossi tubi per far passare l'acqua della risaia da una parte all'altra della nuova strada.
La pioggia incessante, caduta tutta la notte, ha messo a dura prova l’affidabilità di questa nuova strada, al punto che il nostro Toyota Hilux si impantana nel fango, ed occorreranno le braccia e la forza di circa 15 persone del villaggio per rimetterlo su strada.
Si ritorna a Bigene perché il temporale è sempre in agguato.
Nel pomeriggio ci rechiamo presso la Radio Comunitaria di Bigene: due piccole stanze all’interno di un’ex casetta coloniale portoghese lungo la via principale di Bigene, da dove un gruppo di giovani trasmettono musica ed informazione dalle 18 alle 23, anche nelle lingue delle diverse etnie.
Tanta volontà, un generatore di corrente elettrica che funzioni… e si è in onda: anche la musica è un ottimo mezzo di comunicazione.

Lunedì 03/09 “La forza del destino”
Pronti per una lunga ed intensa giornata, ci incamminiamo di buon mattino in direzione Sanò 2, un villaggio situato a nord di Barro, dopo Saiam Balanta, al confine con il Senegal.
Lo scenario che si presenta ai nostri occhi è di quelli che ti restano dentro: la natura incontaminata ti travolge silenziosamente e ti conduce lungo le meraviglie del Creato. Non è un film o un documentario…
Arriviamo dopo circa un’ora a Sanò 2: anche per Pe. Ivo è la prima volta.
L’invito è arrivato da alcuni abitanti di questo villaggio presenti all’incontro di Saiam Balanta il 25 agosto.
Gli anziani del villaggio, assieme al capovillaggio e ad altre persone, chiedono una sola cosa: di essere evangelizzati dalla Chiesa Cattolica.
In un intervento, un giovane afferma la volontà di non voler rimanere indietro, e di mettersi alla pari degli altri villaggi (cristiani).
La scelta di seguire questo nuovo cammino è una scelta che va fatta in piena libertà.
Si dovrà pianificare l’evangelizzazione anche di questo villaggio, sentendo le varie componenti (suore, catechisti ed animatori).
L’arrivo di don Marco nella prossima primavera, è una benedizione per questa popolazione e per la stessa missione.
Tornati a Bigene, la squadra femminile armeggia in cucina per preparare una torta per suor Rosa, che domani compie gli anni.
La squadra maschile, dal canto suo, prepara il contrattacco a sorpresa per il giorno seguente.

Martedì 04/09 “La forza della dolcezza”
Oggi giornata libera a Bigene: si può fare un giro al mercato settimanale (lumo) o dare una mano al Centro Nutrizionale come ogni martedì, ma alla fine si riescono a fare entrambe le cose.
Acquistiamo altri 4 sacchi di riso (200 kg) e 4 contenitori di olio grazie al Progetto “Alimenta un sorRISO”, per rifornire il magazzino del Centro.
C’è anche il tempo per il contrattacco dolciario maschile, che sforna una ciambella aromatizzata al limao con tanto di decorazione di anacardi caramellati per valorizzare le bontà locali.
Suor Susy ci fa trovare sulla tavola un ottimo riso indiano, pesce alla brace, delle melanzane e del purè. Il dolce, vi ricordate, lo portiamo noi!
Si può festeggiare il 61°compleanno di Suor Rosa Bonuomo, una piccola Oblata dal grande cuore,
al servizio del prossimo, a Bigene da oltre 15 anni.
Vi chiederete com’è andata la sfida dolciaria? Un pari che accontenta tutti, ma che soprattutto regala tanti sorrisi alla festeggiata ed a tutti noi.
Nel pomeriggio alle 16.30 il pursor di criolo ed il supplente-assistente Pe. Ivo Cavraro procedono con le interrogazioni… ma il sottoscritto presenta certificato medico e salta il turno. Domani alla prova scritta ci rifaremo…

Mercoledì 05/09 “La forza della fede”
Ha piovuto tutta la notte, quindi la nostra visita al villaggio di Bucaur, ad 8 km da Bigene, salta.
Il Centro Nutrizionale è aperto, e nel nostro piccolo si cerca di dare una mano.
A distanza di una settimana, arriva per il controllo Fatuma Turè, una bambina denutrita di 14 mesi, del villaggio di Santancoto, del settore di Farim.
Il suo peso, calato di 250 gr in una settimana, è di soli 3,150 kg.
Si rende urgente il trasferimento della bambina nel piccolo ospedale di Ingorè, dove opera suor Romana Sacchetti. (74 anni, romana, dell’Istituto Suore Adoratrici del Sangue di Cristo, missionaria in Africa da 43 anni, 33 dei quali trascorsi in Guinea Bissau).
Le cure mediche necessarie per la piccola Fatuma saranno sostenute dalla missione, attraverso i fondi del Progetto “Alimenta un sorRISO”.
L’ostacolo maggiore, sembra convincere i genitori della bambina, che hanno già perso due figli, e sono già ricorsi alle cure tradizionali del curandero (una sorta di guaritore saggio secondo le credenze delle società animiste).
L’amore materno di suor Rosa e l’attenzione mirata di Pe. Ivo sono la forza e la speranza per guardare avanti e curare anche questa piccola creatura.
Le visite al Centro Nutrizionale riprendono normalmente: oggi ci sono donne in gravidanza e lattanti.
A pranzo sono con noi Joaquim, le sue due bambine e due nipoti: un altro momento di condivisione ed allegria a pochi giorni dal nostro ritorno in Italia.
Nel pomeriggio Pe. Ivo ci comunica che la bambina denutrita di questa mattina è arrivata ad Ingorè, ma fino a lunedì non c’è posto: si fermerà da conoscenti, con un monitoraggio mattutino in ospedale, e poi sarà ricoverata presso la struttura sanitaria di Ingorè.

Giovedì 06/09 “La forza della preghiera”
La pioggia mette a rischio il nostro viaggio di domani verso Bissau, da dove alle 02.20 locali dovremmo prendere l’aereo per Lisbona.
La situazione non è delle migliori: già a Indaià, la prima tabanka dopo Bigene, la strada è impraticabile.
Si cercano sacchi (da riempire con della terra) per rendere più agevole il passaggio.
Dopo pranzo Pe. Ivo, don Marco, io e Michele facciamo un sopralluogo appena fuori Bigene, armati di pale e volontà.
Nel nostro piccolo cerchiamo di far qualcosa con delle grosse pietre per rendere meno scivoloso il passaggio, mentre don Marco brevetta il “sistema bacchetelle” testate il giorno dopo, ma sparite poi al ritorno di Pe. Ivo a Bigene.
Camiletti Ministro delle Infrastrutture della Guinea Bissau: che ne dite?
Il nostro ritorno a Bigene coincide con una triste notizia che lascia l’amaro in bocca: Fatuma, la bambina denutrita di 14 mesi non ce l’ha fatta ed è salita in cielo.
Un altro angelo di questa terra che in punta di piedi si invola verso la Casa del Padre e che veglierà sugli altri bambini denutriti nella speranza che ricorrano subito alle cure necessarie del Centro Nutrizionale o di altre strutture missionarie.
Di fronte ad una notizia del genere resti senza fiato e senza parole, ma il tuo cuore ti grida ad alta voce che bisogna continuare ad operare per il prossimo e trasmettere speranza.
Una piccola preghiera, un piccolo gesto e la Provvidenza divina… possono essere di grande aiuto alla missione di Bigene affinché possa fare sempre il possibile per salvare altre vite innocenti.
Si avvicina l’ora di preparare le valigie e la nostra esperienza missionaria sta per terminare, ma la cara suor Rosa ha pensato bene di prepararci la sua squisita pizza per l’ultima cena a Bigene!

Venerdì 07/09 “La forza dell’imprevedibile”
Dopo colazione, alle 08.30 circa, siamo pronti per partire. Passiamo dalla casa delle suore per salutare suor Susy, mentre suor Rosa verrà con noi a Bissau per delle commissioni.
I nostri piccoli amici Braima, Maio, Denilson, Yordi e Benvindo sono tutti là per salutarci.
Qualcuno (Braima…) era addirittura pronto per venire in Italia: amici il nostro è solo un arrivederci!
Ci dividiamo nei due Toyota Hilux, ed io mi ritrovo in quello guidato da Keba, l’autista delle suore, insieme a Romy, Riccardo ed alla stessa suor Rosa.
Inizia il viaggio nel viaggio che terminerà soltanto lunedì’ 10 settembre.
Le condizioni della strada che collega Bigene ad Ingorè erano note, ma la pioggia incessante degli ultimi giorni l’ha resa al limite della praticabilità al punto di farci stare col fiato sospeso per quasi tutto il tratto.
Ma la mano della Provvidenza ha “guidato” i nostri due fuoristrada senza intoppi, ed alle 10 arriviamo ad Ingorè.
Da qui a Bissau la strada è tutta asfaltata, ed ha anche smesso di piovere.
Alle 12 siamo in Curia a Bissau, dove a pranzo ritroviamo Giusi e Dom José, il quale ci chiede un bilancio della nostra esperienza e ringrazia per essere stati nella sua terra. Ma siamo noi a dover ringraziare lui, Pe. Ivo, le suore e tutti gli operatori della missione per averci accolto a braccia aperte e fatti sentire a casa.
Nel pomeriggio facciamo un giro nel centro di Bissau alla ricerca di oggettini ricordo di legno, collane e stoffe tradizionali da portare a parenti ed amici in Italia.
Dopo la cena Pe. Ivo e Padre Davide Sciocco, missionario milanese del P.I.M.E. (Pontificio Istituto Missioni Estere) , fondatore e direttore di Radio Sol Mansi (letteralmente «Il sole è sorto»), ci accompagnano all’ aeroporto “Osvaldo Vieira” di Bissau con largo anticipo.
Effettuato il check-in con imbarazzante rapidità, attendiamo il momento per recarci al punto di controllo della sicurezza. L’attesa viene interrotta dall’avvicinarsi di un dipendente dell’aeroporto che, rivolgendosi verso di me, mi comunica che il volo è stato cancellato, o per essere precisi non è proprio partito da Lisbona.
Ho subito pensato ad uno scherzo (di pessimo gusto, chiaramente) al punto da recarmi insieme a don Marco all’ufficio della Tap per chiedere delucidazioni, dove purtroppo riceviamo soltanto la conferma della cancellazione del volo.
Don Marco chiama subito Pe. Ivo, che in procinto di andare a letto ci mette un po’ prima di capire che non si trattava di uno scherzo, e che doveva ritornare a prenderci.
Si torna in Curia a riposare, in attesa di una telefonata indicativa sul prossimo volo per Lisbona.

Sabato 08/09 “La forza della pazienza”
Facciamo colazione ma il telefono non squilla…
Molti di noi, diciamo tutti, sarebbero stati un giorno in più a Bigene volentieri, ed invece ci ritroviamo protagonisti a nostra insaputa di una sorta di film tragicomico che era solo all’inizio!
Verso le 17 però la telefonata tanto attesa arriva: dalle 20 alle 22 bisogna essere in aeroporto per il check-in. Sarà vero?
Sbrigate le formalità aeroportuali, salutiamo nuovamente Pe. Ivo e questa volta varchiamo anche la porta dei controlli della sicurezza per recarci nella sala d’attesa fino all’imbarco.
Ricordate il dipendente dell’aeroporto di ieri notte? Beh, mi si avvicna nuovamente (non mi ha preso di mira, è solo un amico di Padre Maxi) e mi dice che i biglietti Lisbona-Roma andavano corretti.
Non so cosa gli abbia risposto simpaticamente in foggiano, so solo che don Marco è ritornato al check-in con lui.
Immaginate se mi comunicava l’ennesima cancellazione del volo…
La tratta Bissau-Lisbona-Roma è confermata.
Per i veneti una piccola modifica: la tratta diventa Bissau-Lisbona-Oporto-Milano.
L’aereo proveniente da Lisbona intanto è arrivato e ci prepariamo per salire a bordo.
E’giunta l’ora di salutare la Guinea Bissau ed il suo magnifico popolo: sono circa le 01.30 di notte, quando parte il nostro volo di rientro.

Domenica 09/09 “La forza della Provvidenza”
Arrivati a Lisbona abbiamo pochissimo tempo per salutarci con gli amici veneti che hanno di lì a poco il volo per Oporto.
Noi foggiani invece ce la prendiamo comoda, ignari di quanto stava per accadere: siamo nell’intervallo del film tragicomico.
Al momento del check-in per il volo Lisbona-Roma scopriamo che i nostri quattro nomi non sono in lista… e riappare, in perfetto stile fantozziano, il fantasma del dipendente dell’aeroporto di Bissau.
Ci dicono di recarci allo sportello Tap per l’inserimento sul prossimo volo disponibile, ma la fila chilometrica non ci lascia ben sperare: segno di un evidente declino della compagnia battente bandiera portoghese.
In una “babilonia di linguaggi” veniamo a conoscenza che la nostra tratta diventa Lisbona-Torino-Roma e la partenza è prevista per le 14.30 ora locale.
Direte tutto è bene quel che finisce bene, se non fosse però che l’aereo ha circa un’ora di ritardo e quindi rischiamo di perdere la coincidenza per Roma.
Altri 10 minuti di permanenza all’aeroporto di Lisbona, e don Marco veniva assunto all’ufficio reclami Tap.
Forse è per premiare la nostra insistenza che ci concedono il privilegio di viaggiare sul volo Lisbona - Torino in prima fila in business class, anche se molti passeggeri, son sicuro, ci avranno scambiati per terroristi o dirottatori di aerei… mentre al contrario, siamo “vittime di un dirottamento” operato dalla Tap!
Ma alla provvidenza non v'è mai fine, e così atterrati all’aeroporto di Torino Caselle, riusciamo a salire a bordo del volo Alitalia AZ1430 per Roma Fiumicino delle 19.20, passando per un check-in ai limiti della legalità, ma che di sicuro passerà alla storia come uno dei più veloci!
Alle 20.30 siamo finalmente a Roma ed ai titoli di coda del nostro film tragicomico: le nostre valigie non sono arrivate con il nostro volo a causa del brevissimo tempo di scalo.
Armati di tanta buona pazienza raggiungiamo la casa delle suore Oblate al Casaletto, dove riceviamo la solita cordiale ospitalità ed il bentornato della madre superiora, suor Elvira Franza, e di tutte le sue consorelle.

Lunedì 10/09 “La forza dei ricordi”
Un lunedì romano non l’avevamo programmato, ma non tutti i mali vengono per nuocere.
Decidiamo cosi di far un salto alla Basilica di San Pietro e pregare sulla Tomba del beato Giovanni Paolo II, affidando alla sua intercessione tutti i bambini della Guinea Bissau affinchè superino tutte le sofferenze e malattie, e tutto il popolo guineense affinchè possa ritrovare il cammino della pace.
Dopo pranzo ci rechiamo all’aeroporto di Roma Fiumicino per ritirare le nostre valigie, da poco arrivate da Torino.
Salutiamo don Marco, che è diretto a Verona per seguire il corso organizzato dal Cum (Centro Unitario Missionario), di preparazione alla Missione, e prima tappa della sua nuova esperienza.
Con lui parte suor Nella Russo, Oblata, responsabile della Comunità di N’Dame, a pochi km da Bissau, che deve effettuare degli accertamenti sanitari al Centro per le Malattie Tropicali presso l'Ospedale “Sacro Cuore” di Negrar (Vr).
Io, Romy e Michele invece, ci mettiamo in macchina direzione Foggia, dove arriveremo verso le 22.

Siamo ai titoli di coda di questi appunti di viaggio, il cui bilancio risulta essere molto positivo.
L’esperienza appena conclusa è stata per me un dono di Dio attraverso la quale ha voluto dirmi: “Ama, apri il tuo cuore, non importa dove sei, perché ovunque, amare è donarsi, amare è vivere, perché la Vita è tale solo quando è nell'Amore".
Mi piace infine concludere ricordando una frase di don Tonino Bello: “Il viaggio più faticoso è quello che porta l’uomo al centro del proprio cuore.
Il più lungo, quello che conduce alla casa di fronte.
Il più serio, quello che porta all’incontro con Dio.”
…e che la fine di un viaggio e' solo l'inizio di un altro!

Sergio Triglione